LIBERTADORES

Não existe nada igual a jogo da Taça Libertadores da América! Ontem parei pra assistir a partida do Grêmio diante da Universidad do Chile, estreia de ambas as equipes no torneio continental de 2009, no Estádio Olímpico, em Porto Alegre.
Jogo incrível, inacreditável até! Não me lembro quando foi a última vez que vi um equipe criar tanto, chutar tanto e a bola não entrar, bater na trave, o goleiro tirar "pelo rabo", o zagueiro se atirar na frente da bola a 2 metros do gol e conseguir evitar. Coisa fantástica, prato cheio pra quem gosta de futebol, com todos os ingredientes possíveis - belas jogadas (ofensivas e defensivas), pressão, catimba, apoio irrestrito da torcida (parabéns pra torcida do Grêmio, que não parou de incentivar um minuto sequer), polêmica (pelo menos um pênalti claro não marcado a favor do Grêmio), nervos à flor da pele.
Por essas e outras que comentei com o colega Beal outro dia, por ocasião da estreia do São Paulo na mesma competição, onde aconteceu mais ou menos a mesma coisa e o Tricolor do Morumbi arrancou um empatezinho no apagar das luzes, mesmo jogando em casa: não existe nada igual a jogo de Libertadores! Quando a bola começa a não querer entrar, a pressão só aumenta a cada segundo, os nervos se afloram e o tempo passa, pode saber que, se vencer, vai ser por um golzinho de diferença e olhe lá!
Por mais limitadas que sejam as equipes estrangeiras que disputam a competição internacional, é de se elogiar a disciplina tática, a doação completa dos atletas, a raça de todos os jogadores, que não hesitam em se atirar na frente da bola (até de cabeça se for preciso) pra evitar que ela entre em seu gol. Essa é a diferença dos demais jogadores sul-americanos em relação aos brasileiros, que, por serem, em regra, mais técnicos e habilidosos, tendem a relaxar um pouco na "vontade" e na aplicação tática, motivo pelo qual os times estrangeiros sempre incomodam nessa competição.
As equipes argentinas, em especial, sempre conseguem igualar as condições com os nossos times porque além de jogarem com muito mais raça (e quase sempre na bola), têm jogadores com alguma técnica, superior à dos outros países sul-americanos.
E os nossos atletas, geralmente, ao tentar "igualar na vontade" confundem com "dar botinada" e acabam expulsos de campo. Os argentinos sabem bater, sabem catimbar e têm técnica e habilidade. Por isso são tão difíceis de serem superados.
É claro que também tem muito time sem vergonha na Libertadores, principalmente nessa primeira fase, mas grande parte dos jogos são de arrepiar, programas imperdíveis pra quem gosta de futebol!
Na atual edição pude acompanhar, além de São Paulo x Independiente Medellín e Grêmio x Universidad do Chile, a partida entre Universitário (Peru) x San Lorenzo (Argentina), que foi outro jogão de bola, muito pegado, daqueles que os caras se matam em campo, suam sangue, e quando você pensa que só pode dar briga no final do jogo, você olha e os atletas estão se cumprimentando e trocando as camisas!
Coisas de Libertadores da América, só quem acompanha essa competição com frequência sabe do que eu estou falando! Pra quem não costuma assistir, eu recomendo!
EM TEMPO: Desculpem, mas pra quem não viu ou ainda não sabe, o jogo do Grêmio terminou mesmo 0x0...